Porquês... Que tal acabar com eles?
NA TRILHA DAS PALAVRAS...
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse são figuras descritas na bíblia, os quais vão trazer para a humanidade males inimagináveis. O português também tem os seus quatro portadores de males que cercam nosso estudo dessa língua.
Refiro-me aos “porquês”, tão temidos pelos alunos de Língua Portuguesa, e idolatrados por gramáticos que não têm o que fazer da vida.
Só para relembrar, temos: por que, porque, porquê e por quê.
Dois são juntos, dois têm acentos e dois são separados.
Imagine só como é explicar esses quatro cavaleiros apocalípticos para os alunos. Tudo poderia ser simplificado. Poderíamos ter apenas um porquê. Eu voto pelo junto e sem acento, ou seja, o “porque”. E assim não perderíamos tempo tentando descobri qual deles usar.
Mas isso nunca vai acontecer. Nossos gramáticos vão continuar tratando nossa língua como algo pronto, fechado, que não pode sofrer esta ou aquela mudança.
O mais importante em relação ao uso dessas palavras está no fato de o aluno entender o seu sentido. A palavra “ por que” e seus derivados existem para podermos pedir e dar explicações a respeito de algo. Podem ainda expressar causa, motivo.
Exemplificando:
Por que você não foi à festa? ( exigindo explicação)
Eu não fui à festa porque fiquei doente. ( explicando )
Você esteve aqui ontem, por quê?
Perceba como este deveria ser o objetivo do estudo de uma língua. Seria mais proveitoso se o aluno aprendesse isso, em vez de ficar decorando quando usar este termo ou aquele:
Vale lembrar que no inglês, por exemplo, pedimos explicações com uma palavra ( why), e damos explicações com outra ( because). As duas significam “ porque”, e como são palavras diferentes, não causam problemas. E ainda podemos mencionar um dos grandes atributos dessa língua: Ela não tem acentos.