O pleonasmo do dia-a-dia
NA TRILHA DA PALAVRA...
Vamos à piada:
Duas amigas se encontram, e uma delas, ao notar os olhos inflamados da outra, pergunta:
___Que é isso?
___ Estou com conjuntivite nos olhos.
___ Não, conjuntivite nos olhos é pleonasmo.
A coitada segue seu caminho, e encontra outro amigo.
___ Que isso?
___ Estou com conjuntivite nos olhos.
___ Para, vai. Isso é pleonasmo.
Sem entender, ela vira a esquina e se depara com mais um conhecido, que pergunta:
___ Que isso no seu olho?
___ Eu pensei que era conjuntivite, mas todos estão dizendo que é pleonasmo.
Risadas à parte, a coitada com conjuntivite deveria ser informada de que pleonasmo não é uma doença física, mas lingüística. Ele ocorre quando usamos palavras desnecessárias. Na piada acima, fica claro que ela não precisa dizer que estava com conjuntivite nos olhos, pois não existe conjuntivite nos pés, na cabeça, no ombro. Conjuntivite é uma inflamação que ocorre apenas nos olhos. Assim como gastrite ocorre apenas no estômago, otite só no ouvido e estomatite na boca. Sendo assim, devemos dizer:
Estou com uma gastrite insuportável.
Esta otite está me matando.
Odeio quando estou com conjuntivite.
sem medo, mas que devem ser evitados a todo custo. São os inesquecíveis “entrar para dentro, subir para cima, sair para fora, descer para baixo, surpresa inesperada, bola esférica, etc.
Cuidado com frases do tipo:
Eu estou sentindo uma dor forte na minha cabeça.
É claro que é na sua cabeça, pois se fosse na cabeça de outra pessoa, você seria um vidente.
Não agüento mais essa dor na minha barriga.
Óbvio que é na sua barriga. E se já é constrangedor sentir dor na nossa barriga, imagine como seria sentir dor na barriga alheia.
Logo, apenas diga:
Estou sentindo uma forte dor de cabeça.
Não agüento mais essa dor de barriga.
Abraços.
Para críticas e sugestões: jordano-carey@hotmail.com
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Tópico: O pleonasmo do dia-a-dia
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